Os dias não têm sido fáceis aqui nos Bombeiros. E não me refiro aos incêndios, refiro-me a mim e a minha continuidade como soldado da paz! A oportunidade de ser jornalista ou qualquer coisa do género não surgiu, acho do fundo do meu coração que nem vai surgir, continuo a mandar currículos para descargo de consciência. Assim não posso dizer que não tentei. Apesar de adorar, sentir-me eu mesma e completa a fazer aquilo que não me imaginava a fazer a tempo inteiro, há guerrilhas e guerrinhas internas, que por não usarem armas, são bem piores que a Guerra Fria. Inveja e muitas mais coisas más que acontecem dentro de um quartel de bombeiros que nunca pensei. Os meus 23 anos ainda tentam mudar o mundo e, aqui, é impossível. É sem dúvida, o melhor tempo da minha vida, aquele em que aqui passo, cresço, como mulher, como pessoas, vejo o mundo com outros olhos, não me assusta a desgraça porque vejo-a todos os dias e também vi coisas boas, daquelas em que em outras profissões era difícil. Fiz um parto, uma criança veio ao mundo nas minhas mão e, acreditem, não há emoção mais intensa e duradoura que essa. Fiz SBV numa jovem de 21 anos. Vi um trabalhador a caminho do seu ganha pão ficar com amputação de membro inferior. Vi já cadáver, solitário, alguém na noite de Consoada. Hoje, sinto que fiz a minha parte, cumpri o meu dever e fiz jus ao meu juramento. Ensinei outros, expliquei aos de fora e impus-me a muitos que se julgam com o poder nas mãos e fiquei mal vista, mostrei na grande maioria das vezes a importância dos bombeiros da sociedade. Por mais difícil que seja acho que agora estou pronta para fly away from here! a todos e devem ser poucos os que não desistiram de me visitar, durante este tempo fui tripulante de ambulância de socorro e de muitas outras coisas, esta menina nasceu nas minha mão:
*Ainda continuo a sê-lo, hoje por exemplo, aqui estou eu ao serviço da comunidade.
E sei que é difícil de desistir de tudo isto.
Mas um dia, o dia vai ter de chegar!