REALIDADE REALIZADA

Quero lá voltar outra vez, ao sonho, ou à realidade. Foi tão bom Budapeste, tão intenso, tão místico, tão inesquecível. A Filipa que cai no metro quando ele arranca. O Lugas, restaurante tão lá no centro e tão barato e delicioso. Quero voltar à Andrassy Ut ou a Oktogon, quero visitar de novo a Casa do Terror, mas desta vez com o audio-guia em inglês. Quero atravessar "a minha ponte" (era ela a minha prioridade a visitar) depois de visitar o Labirinto do Castelo. Quero entrar de novo no Labirinto medonho e assustador, encontrar a fonte do divino licor do Deus Baco, quero ver a Cécile a gritar de medo e o Chico a assustar-nos. Quero a Tânia a almoçar de novo ao meu lado, lá na ilha no meio do Danúbio. Quero-as ver quase a pagar uma mina de dinheiro porque não picaram os bilhetes no eléctrico. Quero sentir de novo aquele frio cortante. Quero o Morrison's Pub, onde encontramos o português, que pergunta em inglês, ou a brasileira, ou a mexicana, ou o britânico e a bebedeira do aniversário da Filipa e a Lisa toda doida... Quero de novo a Kalvin Tér, com aquele sotaque húngaro e todas as estações do metro para ir para casa, ou para o hostel... Quero o cheiro do vinho quente, das salsichas de porco, das batatas nos mercadinhos com barraquinhas em madeira. Quero a paisagem do Fisherman Bastion, ou a sinagoga reconstruída só em 1991. Quero ver de novo o metro velhino que sobe a avenida e os edifícios ainda com buracos das balas da II Grande Guerra. Quero o Burger King e o McDonalds. Quero a Catedral de St. Stephens e a mão mumificada que ficou por ver. Quero o táxi a caminho do aeroporto Ferhegy 2B, quero o avião da Alitalia, que deveria estar cheio de guapos italianos, para lá regressar. Quero voltar... Quero sentir a saudade de Portugal, de casa, da família dos amigos... Quero lá voltar para passar os últimos dias da minha experiência com aqueles que fizeram parte dela. Os estudantes de Erasmus de Veszprém ou aqueles que fizeram e fazem parte da minha lista de contactos a nunca esquecer e a nunca apagar.

Quero Budapeste!

Quero a Hungria outra vez!